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Foto do escritorThayana Albuquerque Kirchhoff

Pandemia gera estresse prolongado e afeta o sistema imunológico


A pandemia desencadeada pelo novo coronavírus submete a população mundial a um estado de alerta crônico que pode afetar o funcionamento cerebral e o sistema imunológico. Como o fim da pandemia é incerto, ainda não há vacina, a rotina do mundo mudou, muita economias quebraram etc, essas incertezas ativam o cérebro de maneira nociva, o deixando constantemente em estado de alerta.


As consequências desse estresse crônico a médio e longo prazo afetam o funcionamento cerebral. A amígdala, que faz parte do sistema límbico, gerencia, entre outras funções, nossas emoções e comportamento social e passa a ser constantemente ativada. O cérebro é ativado em permanência para sinalizar que existe um risco iminente. Há regiões, como o hipocampo, que atuam na memorização dessa situação de perigo e de sua contextualização, e outras, como a pré-frontal, que vão regular a resposta cerebral gerada pela amígdala e o hipocampo. Esse circuito de três regiões são essenciais para o equilíbrio cerebral.


Quando a situação se torna crônica e se repete, começamos a observar mudanças no cérebro. As regiões pré-frontais se tornam menos eficazes e também há uma diminuição do volume. Em contrapartida, a atividade da amígdala aumenta. Os neurônios da região se desenvolvem ao mesmo tempo que suas conexões. Se a situação de alerta se repete, como no caso da epidemia do coronavírus, e se torna crônica, as áreas do cérebro que regulam as emoções serão menos eficazes.


O estresse permanente também desencadeia a produção de alguns tipos de hormônios, como o cortisol. Quando o stress é crônico, o nível de cortisol não pode voltar ao estado inicial e continua elevado de forma permanente, porque não tem tempo de descer entre duas situações estressantes. Em um nível elevado de forma constante, ele é extremamente perigoso para o cérebro. Essa secreção excessiva a longo prazo gera a destruição dos neurônios do hipocampo, das conexões neuronais do córtex pré-frontal e ativa a amígdala. Outra consequência desse estresse crônico, paradoxalmente, é que ele enfraquece o sistema imunológico, o que predispõe os indivíduos a infecções e, portanto, ao coronavírus.


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